Muito mais que orgânico
A agricultura orgânica ainda segue algumas práticas convencionais. Em muitos casos a quantidade de adubação é elevada, irrigação excessiva, falta de cobertura dos solos, monocultura em canteiros e, as vezes, controle de "pragas" com venenos orgânicos. Esses matam bactérias, fungos, insetos e actinomicetos que seriam fundamentais para restruturação da vida no solo. Sem dúvida, ela é um passo para irmos em direção a uma agricultura melhor, mas está longe de ser uma agricultura que recupera solos e que respeita a natureza como um sistema complexo de interrelações micro e macro.
A agricultura sintrópica desenvolvida pelo suiço Ernst Gotsch tem por base seguir os princípios da natureza. Ao realizar um plantio é necessário observar o que a natureza faz normalmente nas florestas: cobertura do solo, consórcio entre plantas, cooperação entre espécies, reciclagem de nutrientes, poda de árvores e renovação com abertura de clareiras. Nela o sistema caminha do simples para o complexo, ou seja, "os sistemas vivos possuem a capacidade de vencer a tendência à entropia por meio do crescimento e reprodução. Mais evidente ainda é a têndencia dos sistemas naturais de evoluir no sentido de estruruturas de organização cada vez mais complexas. Em um macroorganismo os participantes agem de forma sinérgica e, por meio de seu metabolismo, realizam a tarefa de otimizar os processos de vida, aumentando a organização e a complexidade do sistema como um todo." - agendagotsch.com
Na prática temos o aumento de energia disponível e de recursos (água, matéria orgânica, nutrientes, seres vivos que ajudam a planta a absorver melhor os nutrientes..), fazendo com que cresça a quantidade e qualidade de vida consolidada no local, ampliando o número de éspecies e suas interrelações, enriquecendo a diversidade génetica e formando um ecossitema cada vez mais complexo.
A concorrência e a competição dão lugar a cooperação e ao amor incondicional entre as espécies. Todos se ajudam para contribuir com a melhora do sistema. Nessa visão as "pragas" e as "doenças" viram aliadas do ser humano mostrando os pontos onde se deve melhorar, tornando-se, assim, agentes de fiscalização e otimização da lavoura. A interação do homem com a plantação é fundamental, já que através da poda e da capina seletiva (que na maioria das vezes é a própria colheita) acontece o manejo e consequentemente a reciclagem de nutrientes. Com isso, se reduz cada vez mais a quantidade de aporte externo de adubação e se caminha para autossustentabilidade do plantio. Sendo assim, pode-se dizer que "a agricultura sintrópica é uma agricultura de processos e não de insumos." - Ernst Gotsch
Benefícios da agricultura sintrópica
- Maior captação de carbono pois nossos plantios de horta estão consorciados com árvores.
- Recupera recursos naturais, como a vida no solo, os ciclos da água e biodiversidade (fauna e flora) local, por exemplo.
- Economia de água por irrigar menos, já que a cobertura do solo ajuda manter a umidade por muito mais tempo no local.
- Um solo vivo, coberto de matéria orgânica ajuda a aumentar a porosidade superficial do solo para infiltração de água em lençois freáticos, ajudando rios e oceanos a manter seu fluxo de vida, além de melhorar o enraizamento das plantas. "Água se planta" - Ernst Gotsch.
- Melhor aproveitamento do espaço com plantios biodiversos/consorciados em um mesmo canteiro (fim da monocultura). Plantio orientado pela sucessão natural e extratificação, respeitando a função ecofisiológica de cada planta.
- A poda aumenta a taxa de fotossíntese no local, trazendo mais chuvas.
- Com o passar do tempo a irrigação e o adubo trazido de fora deixam de ser necessários. A plantação caminha para autosuficiência.
- Maior produção de alimentos variados por hectare.
- Não utiliza agrotóxicos, priorizando a saúde do trabalhador rural e não contaminando os alimentos, o ar, o solo e a água.
- Valoriza a agricultura familiar e incentiva a economia local.
- Viabiliza economicamente a transformar áreas degradadas ou mal utilizadas, através da recuperação pelo uso.
Por que recuperar solo é importante?
Chegamos em um momento em que a consciência ecológica precisa, mais do que nunca, despertar. Problemas ambientais sempre estiveram diretamente relacionados com o mal uso dos recursos naturais pelo homem, seja ele cidadão comum ou governantes. Questões como a poluição dos rios, dos mares, do ar, da terra e dos alimentos são responsabilidade de todos! Estamos vivendo um momento de desertificação de milhares de hectares pelo mundo devido ao mal uso de terras agrícolas. Precisamos fazer uma agricultura que realmente respeite e caminhe junto com a natureza (não basta ser orgânica) ou vamos degradar cada vez mais nossos solos, indo em direção ao mundo da escassez. Destruir solos faz desaparecer os cursos de água, a biodiversidade micro e macro local (fauna e flora), além de alterar o clima.
Com a degredação do solo cria-se um ciclo vicioso: terras inférteis que necessitam cada vez mais de adubação, mais irrigação/água para produzir, já que o clima fica mais seco (falta de chuva). Consequentemente o seu alimento chega as mesas com baixo valor nutricional. De alguma forma esquecemos que podemos cuidar da nossa saúde através de uma boa alimentação e, por isso, cuidar dos solos para ter alimentos sadios é muito mais importante do que imaginávamos. "O solo não é um substrato morto, mas um ser vivo e sem vida não funcionam as delicadas interrelações que ligam toda a natureza como uma teia. O solo é a base vital de toda a vida em nosso globo. Sem ele não existiria natureza, nem meio ambiente." - Ana Primavesi.
Nossa saúde está cada vez mais afetada, não somente pelos resíduos tóxicos, mas pelo baixo valor biológico dos alimentos que nutrem cada vez menos. Queremos nos alimentar, mas esquecemos que para colherem nosso alimento, muitas vezes ele precisou de defensivos, ou seja, era uma planta doente que precisou de remédio químico ou orgânico para ficar melhor ("solo doente - planta doente - homem doente"). Levar adiante essa forma de combater nossos próprios alimentos é ir na direção contrária da abundância. Precisamos rever nossa forma de produzir comida e torná-la sustentável.
"Tem um caminho, mas somente um. Recuperar solos para produzir alimentos sadios, com o mais alto valor biológico. E este somente quando as culturas são sadias. Não somente livres de parasitas graças a defensivos químicos, orgânicos, ou inimigos naturais. Plantas defendidas permanecem doentes de baixo valor biológico tanto faz qual a toxidez do defensivo. Plantas sadias não são atacadas por pragas e doenças e não necessitam ser defendidas." - Ana Primavesi
Entregas em Domicílio
Pedidos deverão ser realizados: domingos das 11h até segundas-feiras às 21h.
Entregas feitas em domicílio todas as terças-feiras das 13h às 21h.
REGRAS:
Prédio Residencial - deixamos nas portarias (quando não tem porteiro é importante avisar no cadastro nas "observações" quem devemos procurar).
Casas - entregamos ao responsável que nos atende.
Prédio Comercial - precisamos combinar de deixar em um ponto porque nem sempre é possível entrar em contato com a pessoa e esperar. Nesse caso, isso precisa ficar claro nas "observações" no cadastro.
As entregas NÃO são com hora marcada, o período de recebimento varia de acordo com a rota e o trânsito.
No momento, estamos atendendo apenas os bairros da zona sul do Rio de Janeiro
(Laranjeiras, Flamengo, Cosme Velho, Glória, Catete, Botafogo, Humaitá, Lagoa, Jardim Botânico, Horto, Gávea, Leblon, Ipanema, Arpoador, Copacabana, Leme e São Conrado)
NOSSAS SACOLAS BRANCAS SÃO RETORNÁVEIS, lembre sempre de trocar com a gente!
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